Para maiores informações e consultas, add o e-mail, umbandadepaijaco@hotmail.com

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

AS SETE LÁGRIMAS DE UM PRETO-VELHO

Num cantinho de um terreiro , sentado num banquinho, pitando o seu cachimbo, um preto-velho chorava..
De "seus olhos" molhados, estranhas lágrimas desciam-lhe pelas faces e não sei porquê, contei-as ... Foram sete.
Na incontida vontade de saber aproximei-me e o interroguei.
- Fala, meu preto-velho, diz ao teu filho por que externas assim uma tão visível dor?
E ele, suavemente respondeu:
- Estás vendo esta multidão que entra e sai?
As lágrimas contadas estão distribuídas a cada uma delas.
- A Primeira, eu dei a estes indiferentes que aqui vêm em busca de distração, para saírem ironizando aquilo que suas mentes ofuscadas não podem conceber...
- A Segunda, a esses eternos duvidosos que acreditam, desacreditando, na expectativa de um milagre que os façam alcançar aquilo que seus próprios merecimentos negam.
- A Terceira, distribuí aos maus, aqueles que somente procuram a UMBANDA, em busca de
vingança, desejando sempre prejudicar a um seu semelhante.
- A Quarta, aos frios e calculistas que sabem que existe uma, força espiritual e procuram beneficiar-se dela de qualquer forma e não conhecem a palavra gratidão.
- A Quinta, chega suave, tem o riso, o elogio da flor dos lábios mas se olharem bem o seu semblante, verão escrito: Creio na UMBANDA, nos teus pretos-velhos, nos caboclos e no teu Zâmbi, mas somente se vencerem o meu caso, ou me curarem disso ou daquilo.
- A Sexta, eu dei aos fúteis que vão de Centro em Centro, não acreditando em nada, buscam aconchegos e conchavos e seus olhos revelam um interesse diferente.
- A Sétima, filho, notas como foi grande e como deslizou pesada? Foi a última lágrima, aquela que vive nos "Olhos" de todos os Orixás. Fiz doação dessas aos Médiuns vaidosos(as), que só aparecem no Centro em dia de festa e faltam às doutrinas, esquecem, que existem tantos irmãos precisando de caridade e tantas criancinhas precisando de amparo material e espiritual.
Assim, filho meu, foi para esses todos, que vistes cair, uma a uma.

POR QUE TIRAR O SAPATO NA HORA DE ENTRAR NO TERREIRO?

Nós, umbandistas, consideramos o terreiro e congá, um lugar imantado, Sagrado, onde
foram fixadas certas forças ou vibrações positivas, que deve estar sempre limpo de fluidos negativos e onde conservamos os pontos riscados destas mesmas forças ou ordens superiores dos Orixás, mesmo porque certos preceitos são procedidos nele para movimentação e renovação permanente do Axé - força mantenedora da corrente mediúnica.
Tudo isto objetivando "facilitarmos" a descida vibratória dos Guias espirituais e haver o intercâmbio em uma egrégora elevada, propiciatória para a ligação fluídica com os médiuns.
Assim, é de obrigação de todos tirar o calçado, visto este objeto ser "anti-higiênico", pois se pisa com ele em tudo, às vezes em detritos e putrefações, ainda por estarmos em ligação com certas encruzilhadas de rua que passamos, sabendo-se que estes locais são escoadouro natural das vibrações negativas, densas e altamente materializadas.

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

ORIXÁS

Orixás são divindades.
Fagulhas de um sagrado que mistura o entendimento humano, nossa capacidade de
entendimento de tais seres, com a força emanada por eles que nos dão sustento.
Principalmente nos piores momentos de nossas vidas.
Orixás são vida.
Uma chama tranqüila de vida que nos desperta para uma outra consciência, em que não existe bem nem mau, mas um significado para todos os nossos atos e ações.
Fazendo com que saibamos que eles estão lá, em um lugar qualquer, nos orientando, nos
guiando, nos enriquecendo de sabedoria.
Porém, não são responsáveis pelos nossos erros, nossas escolhas ruins, nossos infortúnios, nossas quedas, nossa ignorância, pois Eles avisam, alertam, orientam ...
Mas é nossa a vida e são nossas as escolhas.
Orixás são caminhos.
Que deveríamos seguir, mas acabamos desviando, tentando atalhos, uma maneira melhor e mais rápida ... Daí voltamos, e eles estão lá nos esperando. Sempre de braços abertos, mesmo que nos sacudam e nos dêem broncas, estão lá, aguardando por nós.
Orixás são temperança.
Têm vontade própria, caráter, glória, perseverança, bondade, carisma ...
Todas as características humanas, pois somente assim poderíamos definí-los; somente assim, poderíamos descrevê-los; somente assim, eles poderiam se revelar diante de nós.
Como um espelho onde é refletida a nossa imagem, mas que tem sua própria têmpera e brilho, os quais não podemos ver com os nossos frágeis olhos, porém, sabemos que Eles estão alí, pois a força que vem do olhar do reflexo é algo a mais que não enxergamos, mas que podemos apenas sentir. Vemos, mas não enxergamos, apenas sentimos.
Orixás são idealizações.
Onde eles se colocam tudo do que há bom, e onde não conseguimos alcançar esse bom.
Ao contrário, só sabemos pedir, arriar, oferecer, obrigações materiais, onde não vemos o retorno útil, pois somos egoístas demais, ignorantes demais, brutos demais e muitos não sentem o retorno daquilo que é oferecido e revertido em nossas vidas. A transmutação da matéria ofertada em energia geradora de uma construção interior que poucos ainda conseguem entender e utilizála em suas vidas.
Orixás são luta.
Luta pela vida, por viver, por continuar, por existir, pela família, pelos amigos, pela tribo, pela glória de ser humano ... Ser especial da criação, que luta desde o ventre e continua lutando, não se deixando subjulgar nem se derrotar pelo mau do sofrimento, do egoísmo, da ganância, do soberba, da exploração do homem pelo próprio homem.
Orixás são amor.
Amor de mães, de pais, de fraternidade, de dividir a comida, compartilhar as responsabilidades, do ensinar as gerações futuras para que se possa preservar uma crença, os ritos, a doutrina, a fé.
Orixás são comunhão.
Entre Deus (Olorun ou Zamby) e os homens, nas pessoas das entidades. Dos pretos-velhos, dos caboclos, dos exus e pombogiras, dos boiadeiros, dos baianos, das crianças, dos marinheiros, dos ciganos, de tantos e tantos outros que se dispuseram a retornar para, munidos com a força de seus Orixás, orientar e guiar os homens no mundo da Terra, trocando o sofrimento pela alegria; a dor pelo alívio; a discriminação e o preconceito, pela liberdade e pelo respeito; a inveja pelo dividir e compartilhar; a ignorância pela consciência da humildade do conhecimento de ensinar e aprender ...

Orixás são a minha vida e sem eles eu não sou nada, eu não existo.

sábado, 27 de outubro de 2012

E-MAIL PARA CONTATO

umbandadepaijaco@hotmail.com

A UMBANDA TEM DOUTRINA?

Toda Religião tem sua doutrina. Com a Umbanda não poderia ser diferente. Ela é uma
doutrina de amor. Como uma religião cristã tem em sua essência os ensinos de Nosso Senhor Jesus Cristo pautados na máxima: “amai-vos uns aos outros como eu vos amei”. O umbandista deve se esforçar para praticar esse ensinamento, pois só assim os preconceitos e as diferenças cairão por terra.
Toda Religião tem por finalidade maior auxiliar o homem em sua evolução – enquanto
Espírito imortal que é – incentivando-o a analisar os fatos de sua vida cotidiana, os seus pendores, instintos, dissabores, alegrias, aptidões, decepções, fatores limitadores alheios à sua vontade e os fatores que permitam seu crescimento interior no campo moral, intelectual, social e cultural dentro do contexto no qual o homem está inserido.
A Umbanda em solo brasileiro nasceu para reformular conceitos, culturas e valores
arraigados desde milênios no coração dos homens e distorcidos por estes em nome do
egoísmo, ódio, ganância e vaidade.
A Umbanda é a Religião para os que desejam aprender a ser simples; para os que
desejam trabalhar com humildade; para os que não estão interessados em valorizar rótulos ou títulos que não tenham sido conseguidos pelos filhos que nela militam através do esforço próprio, da renúncia aos fatores transitórios do terra-a-terra e da compreensão da responsabilidade de ser umbandista, de estar em uma casa de Umbanda, entendendo assim o porquê da hierarquia sacerdotal.
A Umbanda é para os que colocam os pés no chão sem se envergonharem buscando
aprender com isso que devem ter os pés no chão procurando fazer a parte que lhe cabe dentro da harmonia e da vibratória do seu Terreiro, não esperando e nem repassando para as Entidades o que é de sua alçada dentro do compromisso que abraçou.
A Umbanda é para os que entendem que o vestir branco é um convite a interiorização
dessa cor, procurando manter a alma em paz e disposta a servir sempre, embora que na
grande maioria das vezes não seja compreendida.
Quando lhe perguntarem se a Umbanda tem Doutrina não responda com
palavras como quem vai rebater a uma ofensa mais sim através dos atos por tudo quanto você já aprendeu dentro da Umbanda e o quanto ela é importante na sua vida. Lembre-se quem pergunta geralmente é porque não conhece o que está perguntando ou porque viu de forma equivocada.
Se na sua caminhada você recebeu também o convite da Umbanda analise-o com bastante carinho; Se de alguma forma esse convite preencher ao seu anseio d’alma não tenha medo siga adiante e coloque-se à disposição dessa Corrente Astral para que através dela você possa prestar a caridade, dando de graça o que de graça recebeu.

terça-feira, 8 de maio de 2012

13 DE MAIO DIA DOS PRETO VELHO

Quando falamos em Preto Velho, nos vem à mente quatro palavras básicas: calma, sabedoria, humildade e caridade.
Voltando no tempo, durante o período colonial brasileiro, as grandes potencias européias da época subjugaram e escravizaram negros vindos de diversas nações africanas, transformando-os em mercadorias, seres sem alma, apenas objetos de venda de trabalho.
Nesse mercado, os traficantes negreiros costumavam se utilizar de maneiras diversas para conseguir arrebanhar sua “mercadoria”: chegavam surpreendendo a todos na tribo, separavam, é claro, sempre os mais jovens e fortes. Costumavam buscar os negros nas regiões Oeste, Centro-Oeste, Nordeste e Sul da África. Trocavam por outras mercadorias, como espelhos, facas e bebidas, os que eram cativos oriundos de tribos vencidas em guerra e trazendo como escravos os que eram vencidos.
No Brasil, em principio os escravos negros chegaram pelo Nordeste; mais tarde, também pelo Rio de Janeiro. Os primeiros a chegarem foram os Bantos, Cabindos, Sudaneses, Iorubas, Minas e Malés.
Para a África, o trafico negreiro custou caro: em quatro séculos foram escravizados e mortos cerca de 75 MILHÕES de pessoas, basicamente a parte mais selecionada da população.
Esses negros, que foram brutalmente arrancados de sua terra, separados de suas famílias, passando por terríveis privações, trabalharam quase que ininterruptamente nas grandes fazendas de açúcar da colônia. O trabalho era tão árduo, que um negro escravo no Brasil não chegava a durar dez anos.
Em troca de tanto esforço, nada recebiam, a não serem trapos para se vestir e pão para comer, quando não eram terrivelmente açoitados nos troncos pelas tentativas de fuga e insubordinação aos senhores. Muitas vezes, reagiam a tudo suicidando-se, evitando a reprodução, matando feitores, capitães-do-mato e senhores de engenho.
O que restava ao negro africano escravo no Brasil era sua fé, e era em seus cultos que ela resistia, como um ritual de liberdade, protesto a reação contra a opressão do branco. As danças e cânticos eram a única forma que tinham para extravasar e aliviar a dor da escravidão.
Mas, apesar de toda a revolta, havia também os que se adaptavam mais facilmente à nova situação. Esses recebiam tratamento diferenciado e exerciam tarefas como reprodutores, caldeireiros ou carpinteiros. Também trabalhavam na Casa Grande, eram os chamados “escravos domésticos”. Outros, ainda, conquistavam a alforria através de seus senhores ou das leis (Sexagenário, Ventre Livre e Lei Áurea). Com isso, foram pouco a pouco conseguindo envelhecer e constituir seu culto aos Orixás e antepassados, tornando-se referencia para os mais jovens, ensinando-lhes os costumes da Mãe África. Assim, através do sincretismo, conseguiram preservar sua cultura e religião.
Esses são os Pretos Velhos da Umbanda, que em suas giras nos terreiros representam a força, a resignação, a sabedoria, o amor e a caridade. São um ponto de referencia para aqueles que os procuram, curando, ensinando e educando, aos encarnados e desencarnados necessitados de luz e de um caminho a trilhar.
Um Preto Velho representa a humildade, jamais demonstrando qualquer tipo de sentimento de vingança contra as atrocidades e humilhações sofridas no passado. Pretos Velhos ajudam a todos, independente de cor, sexo ou religião.
Em sua totalidade, não se pode afirmar que as entidades que se apresentam nas giras são os mesmos Pretos Velhos escravos. Muitos passaram por ciclos reencarnatórios e podem ter sido em suas vidas anteriores médicos ou filósofos, ricos ou pobres, e, para cumprir sua missão espiritual e ajudar aos necessitados, escolheram incorporar a forma de Pretos Velhos. Outros, nem negros foram, mas também escolheram essa forma de apresentação.
Muitos podem estar perguntando: “Mas então os Pretos Velhos não Pretos Velhos?”. A explicação é simples: todo espírito que já alcançou determinado grau de evolução tem a capacidade de descer sob qualquer forma passada, pois é energia pura, a forma é apenas uma conseqüência da missão que vem cumprir na Terra. Podem também, em locais diferentes, se apresentarem como médicos, Caboclos ou até Exu, depende do trabalho a que vêm realizar. Em alguns casos, se tiverem autorização, eles mesmos nos dizem quem são.
A principal característica de um Preto Velho é a de conselheiro; para alguns, são como psicólogos, amigos e confidentes, para outros, são os que lutam contra o mal com suas mirongas, banhos de ervas, pontos riscados, sempre protegidos pelos Exus de Lei.
A figura de um Preto Velho representa a paciência e a calma que todos sempre devemos ter para evoluir espiritualmente, essa é a sua principal mensagem.
Certas pessoa costumam procurar um Preto Velho apenas para resolver problemas materiais, usando os trabalhos na Umbanda para beneficio próprio, esquecendo de ajudar ao próximo. Quanto a isso, esses maravilhosos Espíritos de Luz deixam sempre uma importante lição, a de que essas pessoas, preocupadas apenas consigo próprias, são escravas do próprio egoísmo, mas sempre procuram ajudá-las brincando de “pedir obrigações”. Mas em meio a essas pessoas, sempre haverá os que podem ser aproveitados, que em pouco tempo vestirão suas roupas brancas, descalçarão seus pés e farão parte dos trabalhos de caridade do terreiro. Essa é a sabedoria do Preto Velho, saber lapidar o que há de bom em cada um de nós.
Pretos Velhos levam a força de Zambi a todos que buscam aprender a encontrar sua fé, sem julgar ou colocar pecado em ninguém, mostrando que somente o amor a Deus, ao próximo e a si mesmo, poderá mudar sua vida e seu processo de ciclos reencarnatórios, aliviando os sofrimentos cármicos e elevando o espírito. Assim fortalecem a todos espiritualmente, aliviando o peso do fardo de cada um, e cada um pode fazer com que seu sofrimento diminua ou aumente, de acordo com a forma de encarar os acontecimentos de sua vida: “Cada um colhe o que plantou. Se plantares vento, colherás tempestade. Mas, se entender que lutando poderá transformar seu sofrimento em alegria, verá que deve tomar consciência de seu passado, aprendendo com os erros, galgando o crescimento e a felicidade futura. Nunca seja egoísta, sempre passe aos outros aquilo que aprende. Tudo que receber de graça, deverá dar também de graça. Só na fé, no amor e na caridade, poderá encontrar seu caminho interior, a luz e Deus
O termo “Velho, Vovô e Vovó, são usados para mostrar sua experiência, pois, quando pensamos em alguém mais velho, entendemos que este já viveu muito mais tempo do que nós, com coisas para nos passar e historias para nos contar através de sua longa experiência. No mundo espiritual isso é bastante parecido, e a característica da entidade Preto Velho é sempre o conselho.
Suas vestes são bem simples e não necessitam de muitos apetrechos para trabalhar, apenas da concentração e atenção de seu médium durante a consulta. Costumam usar cachimbo, lenços, toalhas e algumas vezes fumo de corda ou cigarro de palha.
Sua incorporação não necessita de dançar ou pular muito. A vibração começa com um “peso” nas costas, fazendo com que o médium incline o corpo para frente, sempre com os pés bem fixos no chão. Andam apenas para as saudações ao Atabaque, Conga e Babalorixá. Atendem sentados praticando sua caridade. Raras às vezes alguns mantêm-se em pé.
Sua simplicidade se manifesta em sua maneira de ser e de falar, sempre usando um vocabulário simples. A maneira carregada com que falam é para mostrar que são bastante antigos.
A Linha de Preto Velho possui suas características gerais, mas cada médium tem uma coroa diferente, determinando as diferenças entre os Pretos Velhos.
As diferenças ocorrem porque cada Preto Velho trabalha em nome de um Orixá, utilizando a essência de cada força da natureza em sua atividade. Essas diferenças são facilmente percebidas na forma de incorporação.



domingo, 29 de abril de 2012

FILOSOFIA DA UMBANDA

Na Umbanda não tem lugar para vaidades e ostentações. Ela prega a pureza de pensamentos e atitudes alicerçados em um profundo censo de humildade e simplicidade. Todos são recebidos de braços abertos, não importando raça, credo religioso e situação financeira. A Umbanda ensina a todos os seus seguidores fiéis, a adotar a Doutrina do Tríplice Caminho, ou seja, mente sã, corpo são, atitudes sadias. Esta Doutrina tem sido adotada hoje em dia por diversas religiões, mesmo aquelas mais conservadoras, pois espelha as atitudes de Cristo, em sua passagem pela Terra.
A Umbanda em sua forma simples, mais de grande sinceridade, planta no coração das pessoas a semente da caridade e do amor ao próximo, pois as entidades de forma abnegada e atuante auxiliam os filhos participantes dando exemplos práticos de fraternidade.
O exemplo do Cristo e de outros Iluminados é a base da filosofia de Umbanda, sendo Jesus – O Cristo, considerado o tutor responsável máximo pela nossa morada planetária. A Doutrina de Umbanda prega a filosofia da reencarnação como purificador dos espíritos endividados, onde quem deve paga e quem tem direito recebe. Os que sabem mais, ensinam aqueles que sabem menos. Isto é a pura justiça divina aplicada na vida das pessoas de forma honesta e verdadeira.
O respeito a natureza e a toda obra Divina é ponto fechado na filosofia Umbandista, todos tem oportunidade de trabalhar e em primeiro lugar é mais importante servir do que ser servido.
Na Umbanda quanto mais elevado na hierarquia, mais se trabalha em benefício do próximo, sendo que todos sentem prazer e alegria em ajudar, ou seja, os que estão colhendo ficam felizes em ensinar o irmão a plantar. Outro ponto importante que vale destacar é o fato da Umbanda não chocar o grau de consciência de ninguém, ou seja, aqueles que tem uma cultura maior as entidades explicam e orientam as coisas de formas mais técnicas e elaboradas. Já os mais humildes, de forma paciente, são tratados e orientados em uma linguagem mais simples onde a mensagem é entendida com clareza e sem traumas.
A Umbanda na sua forma silenciosa de agir, tem o objetivo de agrupar como numa única doutrina os quatro pilares do conhecimento a Religião, Ciência, Filosofia e Arte. Se hoje o mundo está se mantendo de forma precária, se já não existe respeito pelo próximo ou mesmo um censo de solidariedade na humanidade, é porque estas quatro doutrinas estão caminhando em sentido contrário. Uma combatendo e negando a outra. Por exemplo: Arte, com sua liberdade de pensamento, critica a Religião pela sua forma obcecada de fé. A Religião critica a Ciência pela sua descrença na manifestação divina da criação da vida. A Ciência combate a Filosofia por sua forma teórica e pouco prática de atuar no cotidiano. A Filosofia critica a Arte, por preocupar-se apenas com a parte estética do mundo. Tudo isto que foi descrito, é motivo de brigas e discussões por séculos e séculos. Se essas doutrinas estivessem agrupadas, como deseja a Umbanda, o mundo estaria muito mais solidário e fraterno. Por exemplo: o médico ao atender os pacientes em seus consultórios, aplicariam a Ciência para realizar a cura, ao mesmo tempo que procurariam através do seu conhecimento de Filosofia, a real causa do mal (que tem suas raízes nos aspectos psicossomáticos) para poder ajudar a pessoa a não permitir que o problema volte a acontecer. Tudo isto com um incentivo a vida dado por ele, médico, para que o paciente não desanime de lutar pela recuperação, coisa que só a Religião sincera pode dar. A Arte nesta alquimia atua no médico com a alegria e prazer de executar sua tarefa de cura com boa vontade, harmonia e um sorriso nos lábios, o que gera no paciente, mais um elemento catalizado de cura induzido pelo médico, que na verdade se transformou num Médico-Sacerdote-Mago-Amigo...
Se observar atentamente o que foi descrito acima, vai perceber que este tipo de atuação corresponde exatamente ao comportamento das entidades dentro dos terreiros. Respeitando os consulentes de forma abrangente em qualquer situação e em qualquer tipo de problema. Como pode ver a Umbanda na sua simplicidade demonstra ser uma Religião milenar com uma cultura e ritualística única em todo mundo.

terça-feira, 24 de abril de 2012

FOTOS DE MEU RETIRO ESPIRITUAL

Todos devemos nos retirar uma vez por ano, de preferencia na quaresma para fazermos uma avaliação de nós mesmos, será que estamos aptos a ajudar as pessoas que necessitam de nossa ajuda? Se a resposta for sim aí sim, damos continuidade aos nossos trabalhos.

Aqui estão, eu, meu marido que também é médium, e nossa Mãe de Santo e mentora, aquela que nós recorremos quando temos alguma dúvida, e mais do que isso, aquela que nos ensinou tudo que sabemos sobre Umbanda e seus fundamentos, se fazemos algum trabalho seja qual for, para qualquer fim, fazemos cientes que vai dar certo e será muito bem feito, por que ela nos ensinou com muita dedicação e amor tanto por nós quanto pela nossa Religião.


OS ATRIBUTOS E PECULIARIDADES DA UMBANDA


É conveniente estabelecer e afirmar que as imagens muitas vezes existentes nos recintos das sessões da Linha Branca da Umbanda, não representam um contingente obrigatório do culto, pois são, apenas, permitidas, ou, antes, significam uma concessão dos guias, tornando-se, com frequência, necessárias para atender aos hábitos e predileções de muitíssimas pessoas e de muitíssimos espíritos.
Quando se coloca uma imagem num recinto de trabalho, celebra-se o seu cruzamento, cerimônia pela qual se estabelece a sua ligação
fluídica com as entidades espirituais responsáveis pelas reuniões.
Renova-se essa ligação automaticamente sempre que há sessão,
durante a qual a imagem se transforma em centro de grandes e belos
quadros fluídicos.
Encaremos, agora, o assunto principal deste escrito.
Linguagem – A Linha Branca de Umbanda tem um idioma
próprio, para regular os seus trabalhos, designar os seus atributos e
cerimônias, e evitar a divulgação de conhecimentos suscetíveis de uso
contrário aos seus objetivos caridosos. Em suas manifestações,
conversando entre si, os espíritos, para não serem entendidos pelos
assistentes, empregam o linguajar de cabildas africanas, de tribos
brasileiras, das regiões onde encarnaram pela última vez. No trato com
as pessoas, excetuados os grandes guias, usam da nossa língua
comum, deturpando-a a maneira dos pretos ou dos caboclos. Esses
trabalhadores do espaço desejam que os julguem atrasados, afim de
que os indivíduos que se reputam superiores e são obrigados a recorrer
à humildade de espíritos inferiores percebam e compreendam a sua
própria inferioridade.
Roupa – Usam-se, roupas brancas, para evitar o amortecimento e arritmia das vibrações, pelas diversidades de coloração. Pode-se acrescentar que os filhos de Umbanda aconselham o uso habitual dos tecidos claros, por que o branco reflete as boas vibrações.
Calçados – Trabalha-se com os pés descalços, pois os sapatos com
que andamos nas ruas pisam e afundam principalmente nas esquinas
em fluidos pesados que se agitam como gazes a flor do solo, e que
dificultam as incorporações ou se espalham pelo recinto da reunião,
causando perturbações.
Atitudes – Não se permite cruzar as pernas e os braços durante as
sessões, porque, essas atitudes quebram ou ameaçam violentamente a cadeia de concentração, impedem a evolução do fluido com que cada assistente deve contribuir para o trabalho coletivo; determinam, com essa retenção, perturbações físicas e até fisiológicas e impossibilitam a incorporação, quando se trata de um médium. Ao descer de certas falanges, como em alguns atos de descarga, sacode-se o corpo em cadência de embalo, na primeira hipótese, para facilitar a incorporação, e na segunda para auxiliar o desprendimento de fluidos que não nos pertençam.
Guia – É um colar de contas da cor simbólica de uma ou mais linhas.
Fica, mediante o cruzamento, em ligação fluídica com as entidades
espirituais das linhas que representa. Desvia, neutraliza ou enfraquece
os fluidos menos apreciáveis. Periodicamente, é lavado, nas sessões,
para limpar-se da gordura do corpo humano, bem como dos fluidos que
se aderiram, e é de novo cruzada.
Banho de Descarga – Cozimento de ervas para limpar o fluido pesado
que adere ao corpo, como um suor invisível. O banho de mar, em alguns
casos, produz o mesmo resultado.
Cachaça – Pelas suas propriedades, é uma espécie de desinfetante
para certos fluidos; estimula outros, os bons; atrai, pelas vibrações
aromáticas, determinadas entidades, e outros bebem-na quando
incorporados, em virtude de reminiscência da vida material.
Fumo – Atua pelas vibrações do fogo, e do aroma. A fumaça neutraliza
os fluidos magnéticos adversos. É freqüente ver uma pessoa curada de uma dor de cabeça ou aliviada do incomodo momentâneo de uma chaga, por uma baforada de fumaça de cigarro de palha ou cachimbo.
Defumador – Atua pelas vibrações do fogo, e do aroma, pela fumaça e
pelo movimento. Atrai as entidades benéficas e afasta as indesejáveis,
exercendo uma influência pacificadora sobre o organismo.
Ponto Cantado – É um hino muitas vezes incoerente, porque os
espíritos que nos ensinam, o compõem de modo a alcançar certos
efeitos no plano material sem revelar aspectos do plano espiritual. Tem,
pois, duplo sentido. Atua pelas vibrações, opera movimentos fluídicos e,
harmonizando os fluidos, auxilia a incorporação. Chama algumas
entidades e afasta outras.
Ponto Riscado – É um desenho emblemático ou simbólico. Atrai, com a
concentração que determina para ser traçado, as entidades ou falanges
a que se refere. Tem sempre uma significação e exprime, às vezes, muitas coisas, em poucos traços.
Ponteiro – É um punhal pequeno, de preferência com cruzeta na
manda, ou empunhadura. Serve para calcular o grau de eficiência dos
trabalhos, pois as forças fluídicas contrárias, quando não foram
quebradas, o impedem de cravar-se ou o derrubam, depois de firmado.
Tem ainda a influência do aço, no tocante ao magnetismo e a eletricidade.
Pólvora – Produz, pelo deslocamento do ar, os grandes abalos fluídicos.
Pemba – Bloco de giz. Usa-se para desenhar os pontos. Esses recursos e meios não são usados arbitrariamente em qualquer ocasião, nem são necessários nas sessões comuns. A pólvora, por exemplo, só deve ser empregada em trabalhos externos, realizados fora do Terreiro, se usada internamente deverá ser muito bem guiado pelo chefe do Terreiro.

sexta-feira, 6 de abril de 2012

QUARESMA E UMBANDA


A Quaresma é onde Nossos Orixás e Guias de primeira linha ou Primeiro Escalão param para Avaliação do Ano Espiritual em termino, é também onde traçam o Plano Espiritual para o Ano a começar.
Antigamente os Terreiros fechavam no período de Quaresma, fechavam na Gira de Cinzas onde os filhos eram cruzados pelos Pretos Velhos com Cinzas afim de proteção contra fluidos negativos e maus Espíritos neste período, e só reabriria na Sexta Feira Santa , onde se iniciava a Vigília.
Traçava-se um Cruzeiro no chão com pemba e o contornava com velas brancas , assim velando o Cruzeiro e rezando diversos terços até o estouro de Aleluia.
O Conga era fechado com cortinas roxas ou brancas os Santos cobertos e tudo só era retirado após o estouro de Aleluia.
No sábado de Aleluia ao meio dia os Pretos Velhos faziam a incorporação em seus médiuns , estouravam a Aleluia , e faziam o levantamento do Cruzeiro Velado, estava cumprida a penitencia de Quaresma e os médiuns já preparados para a Ceia de Páscoa. Neste Período fechava-se a Casa para a caridade.
Porém hoje não mais conheço Terreiros que façam tal Ritual por completo.
Hoje dentro da Quaresma os Terreiros dão continuidade à caridade, porem não se pode atuar com:Orixás , Falangeiros , Capangueiros, Caboclos, Pretos Velhos e Eres.
Mas podemos atuar com as 2ª Linhas ou Linhas de Segundo Escalão, como: Boiadeiros , Baianos , Marinheiros e Exus ( este ultimo não muito recomendado) assim dando continuidade á caridade,
porem sem se esquecer de nos redimirmos de nossos pecados e falhas.
Nos dois casos citados faz-se na noite da Quinta Feira Santa (Quinta Feira Maior) uma oferenda aos Exus a fim de proteção para o novo Ano Espiritual.

INÍCIO DAS ATIVIDADES

Bom dia a todos, comunicamos que a partir de hoje, voltamos as nossas atividades normais, pois hoje termina a quaresma.
Então quem precisar de alguma consulta ou trabalho, pode nos contatar pelo e-mail: umbandadepaijaco@hotmail.com.
Hoje voltamos também aos trabalhos de nosso Terreiro, qualquer informação pode nos contatar pelo mesmo e-mail.
Aproveito a oportunidade para agradecer a todos nossos seguidores e clientes, agradeço também pela confiança e respeito. Obrigada.

segunda-feira, 26 de março de 2012

CONSULTAS

Consulte-nos para qualquer tipo de trabalho, quer o seu amor de volta, ou quer arrumar um grande amor, trabalhamos fazendo e desfazendo qualquer tipo de trabalho.
Nosso trabalho é muito sério e garantido.

sexta-feira, 23 de março de 2012

CONTATO PARA CONSULTAS

Olá amigos, estou deixando aqui o endereço de e-mail do blog, para quem quiser conversar, tirar dúvidas, ou fazer uma consulta, para resolver qualquer problema, add que entrarei em contato o mais rápido possível, um abraço a todos!!!
e-mail: umbandadepaijaco@hotmail.com

quarta-feira, 14 de março de 2012

EXU E POMBA GIRA

Pomba Gira:
Na Umbanda Pomba Gira (ou Pomba-gira) é uma entidade que trabalha na linha de esquerda e, ao contrário do que se pensa, não é uma espécie de exu do sexo feminino. Existe esta confusão pelo fato do nome Pomba Gira derivar do termo "pambo inzila" que em Nagô corresponde ao orixá Exu.
Na Umbanda, a entidade espiritual que se manifesta incorporada em suas médiuns está fundamentada num arquétipo desenvolvido à partir da entidade Bombo gira, originária do culto Angola.
Nos cultos tradicionais oriundos da Nigéria não havia a entidade Pomba Gira ou um Orixá que a fundamentasse.
Mas, quando da vinda dos nigerianos para o Brasil (isto por volta de 1800), estes aqui encontram-se com outros povos e culturas religiosas e assimilam a poderosa Bombo gira angolana que, muito rapidamente, conquistou o respeito dos adoradores dos Orixás.
Com o passar do tempo a formosa e provocativa Bombo gira conquistou um grau análogo ao de Exu e muitos passaram a chamá-la de Exu Feminino ou de mulher dele.
Mas ela, marota e astuta como só ela é, foi logo dizendo que era mulher de sete exus, um para cada dia da semana, e, com isso, garantiu sua condição de superioridade e de independência.
Na verdade, num tempo em que as mulheres eram tratadas como inferiores aos homens e eram vítimas de maus tratos por parte dos seus companheiros, que só as queriam para lavar, passar, cozinhar e cuidar dos filhos, eis que uma entidade feminina baixava e extravasava o ‘eu interior’ feminino reprimido à força, e dava vazão à sensualidade e à feminilidade subjugadoras do machismo, até dos mais inveterados machistas.
Pomba Gira foi logo no início de sua incorporação dizendo ao que viera e construiu um arquétipo forte, poderoso e subjugador do machismo ostentado por Exu e por todos os homens, vaidosos de sua força e poder sobre as mulheres.
Pomba Gira construiu o arquétipo da mulher livre das convenções sociais, liberal e liberada, exibicionista e provocante, insinuante e desbocada, sensual e libidinosa, quebrando todas as convenções que ensinavam, que todos os espíritos tinham que ser certinhos e incorporarem de forma sisuda, respeitável e aceitável pelas pessoas e por membros de uma sociedade repressora da feminilidade.
Ela foi logo se apresentando como a “moça” da rua, apreciadora de um bom champagne e de uma saborosa cigarrilha, de batom e de lenços vermelhos provocantes.
“O batom realça os meus lábios, o rouge e os pós ressaltam minha condição de mulher livre e liberada de convenções sociais”.
Escrachada e provocativa, ela mexeu com o imaginário popular e muitos a associaram à mulher da rua, à rameira oferecida , e ela não só não foi contra essa associação como até confirmou: “É isso mesmo”!
E todos se quedaram diante dela, de sua beleza, feminilidade e liberalidade, e como que encantados por sua força, conseguiram abrir-lhe o íntimo e confessarem-lhe que eram infelizes porque não tinham coragem de ser como elas.
Aí punham para fora seus recalques, suas frustrações, suas mágoas, tristezas e ressentimentos com os do sexo oposto.
E a todos ela ouviu com compreensão e a ninguém negou seus conselhos e sua ajuda num campo que domina como ninguém mais é capaz.
Sua desenvoltura e seu poder fascinam até os mais introvertidos que, diante dela, se abrem e confessam suas necessidades.
Quem não iria admirar e amar arquétipo tão humano e tão liberalizado de sentimentos reprimidos à custa de muito sofrimento?
Pomba Gira é isto. É um dos mistérios do nosso divino criador que rege sobre a sexualidade feminina. Critiquem-na os que se sentirem ofendidos com seu poderoso charme e poder de fascinação.
Amem-na e respeitem-na os que entendem que o arquétipo é liberador da feminilidade tão reprimida na nossa sociedade patriarcal onde a mulher é vista e tida para a cama e a mesa.
Mas ela foi logo dizendo: “Cama, só para o meu deleite, e mesa, só se for regada a muito champagne e dos bons!
Com isso feito, críticas contrárias à parte, o fato é que o arquétipo se impôs e muita gente já foi auxiliada pelas “Moças da Rua”, as companheiras de Exu.
A espiritualidade superior que arquitetou a Umbanda sinalizou à todos que não estava fechada para ninguém e que, tal como Cristo havia feito, também acolheria a mulher infiel, mal amada, frustrada e decepcionada com o sexo oposto e não encobriria com uma suposta religiosidade a hipocrisia das pessoas que, “por baixo dos panos”, o que gostam mesmo é de tudo o que a Pomba Gira representa com seu poderoso arquétipo.
Aos hipócritas e aos falsos puritanos, Pomba Gira mostra-lhes que, no íntimo, ela é a mulher de seus sonhos... ou pesadelos, provocando-o e desmascarando seu falso moralismo, seu pudor e seu constrangimento diante de algo que o assusta e o ameaça em sua posição de dominador.
Esse arquétipo forte e poderoso já pôs por terra muito falso moralismo, libertando muitas pessoas que, se Freud tivesse conhecido, não teria sido tão atormentado com suas descobertas sobre a personalidade oculta dos seres humanos.
Mas para azar dele e sorte nossa, a Umbanda tem nas suas Pomba Giras, ótimas psicólogas que, logo de cara, vão dando o diagnóstico e receitando os procedimentos para a cura das repressões e depressões íntimas.
Afinal, em se tratando de coisas íntimas e de intimidades, nesse campo ela é mestra e tem muito a nos ensinar.
Seus nomes, quando se apresentam, são simbólicos ou alusivos.
O simbolismo é típico da Umbanda porque na África, ele não existia e o seu arquétipo anterior era o de uma entidade feminina que iludia as pessoas e as levavam à perdição. Já na Umbanda, é o espírito que “baixa” em seu médium e, entre um gole de champagne e uma baforada de cigarrilha, orienta e ajuda a todos os que as respeitam e as amam, confiando-lhes seus segredos e suas necessidades. São ótimas psicólogas. “Salve as Pombas Giras, aruê!!!!!


Exu:
Exu é um dos grandes pontos de conflito na UMBANDA com relação a outras religiões, por falta de entendimento, pela ignorância e pelo preconceito.
Muitos acreditam que nossos amigos Exus são Demônios, maus, ruins, perversos, que bebem sangue e se regosijam com as desgraças que podem provocar.
É necessário entender que no sincretismo afro-católico (imposto num processo de aculturação dos Negros pelos padres Católicos) os Orixás foram associados aos Santos Católicos, inclusive Exu, que é representado por Santo Antônio. Mas Porquê este Orixá, irmão de Ogum, animado, gozador, alegre, extrovertido, sincero e sobretudo amigo, foi comparado com o Diabo das profundezas macabras dos INFERNOS? Bem, para conhecer está história vamos viajar para 6.000 anos atrás, local, Mesopotâmia.
A Demonologia Mesopotâmica influenciou diversos povos: Hebreus, Gregos, Romanos, Cristãos e outros. Sobrevive até hoje nos rituais Satânicos que muitos já devem ter escutado e visto notícias na televisão e lido nos jornais nacionais e internacionais, principalmente na Europa e EUA.
Na Mesopotâmia os males da vida que não constituíssem catástrofes naturais eram atribuídas aos Demônios ( No mundo atual as pessoas continuam a fazer isso). Os Sacerdotes, para combater as forças do mal, tinham que conhecer o nome dos Demônios e perfaziam enormes listas, quase intermináveis. O Demônio mau era conhecido genericamente como UTUKKU. O grupo de 7 (sete) Demônios maus é com freqüência encontrado em encantamentos antigos. Se dividiam em Machos e Fêmeas. Tinham a forma de meio Humano e meio Animal: Cabeça e tronco de Homem ou Mulher, cintura e pernas de cabra e garras nas mãos. Com sede de sangue, de preferência Humano, mas aceitavam de outros animais. Os Demônios freqüentavam os túmulos, caminhos (encruzas), lugares ermos, desertos, especialmente a noite.
Nem todos eram maus, haviam os Demônios Bons que eram evocados para combater os Maus. Demônios benignos são representados como gênios guardiões, em número de 7 (sete), que guardam as porteiras, portas dos templos, cemitérios, encruzas, casas e palácios.
Bom, os Negros africanos em suas danças nas senzalas, nas quais os brancos achavam que eram a forma deles saudarem os Santos, incorporavam alguns Exus, com seu brado e jeito maroto e extrovertido assustavam os brancos que se afastavam ou agrediam os Negros escravos dizendo que eles estavam possuídos por Demônios.
Com o passar do tempo, os brancos tomaram conhecimento dos sacrifícios que os Negros ofereciam a Exu, o que reafirmou sua Hipótese de que essa forma de incorporação era devido a Demônios.
Assim, como Exu não é bobo, assumiu, sem dizer que sim ou que não, esse estereótipo colocado pelo branco.
As cores de Exu, também reafirmaram os medos e a fascinação que rondavam as pessoas mais sensíveis.
Assim, o que aconteceu foi uma associação indevida, maldosa, entre aos Demônios Judaico-Cristãos e os Exus Africanos, simplesmente por similaridades em relação a cores, moradas, manifestação de personalidade, etc. Isso com o tempo foi caindo no gosto popular, na psique de pessoas mentalmente e espiritualmente perturbadas e começou a se construir "a visão real", de que Exu é o Demônio.
Muitos médiuns despreparados ou anímicos, ou perturbados mental e espiritualmente, recebiam Exus que diziam-se Demônios. Nessa onda de horror ou de terror, alguns autores Umbandistas do passado, por falta de conhecimento ou por ignorância, fizeram tabelas de "nomes cabalísticos dos diabos", associando esses nomes aos Exus de Umbanda.
Comerciantes inescrupulosos ou, simplesmente, ignorantes, criaram imagens de Exus como diabos, cada vez mais estranhos e aterradores (chifres, rabos, partes de animais ...). construindo no imaginário de muitos médiuns e da população Brasileira, um esteriótipo de Exu = Diabo, Exu = Satanás, Exu = Coisa Ruim.
Hoje em dia as casas de Umbanda (centros, terreiros, tendas ...), pelos estudos, pelo conhecimento e pela orientação dos reais Exus, estão abolindo essas imagens e condenando seu uso. Assim como, recriminando médiuns e supostas entidades que se manifestam dessa maneira dentro dos Terreiros. Porém, o mal foi feito, o esteriótipo atingiu o psique das mentes mais fracas e, muitas vezes, vemos em certos canais de televisão que fazem programas religiosos, a invocação dessas aberrações e a indevida associação aos Exus de Umbanda. O que podemos dizer é que, quem incoca a Deus, Deus o tem; quem invoca do Diabo, o diabo o tem.
Algumas correntes religiosas estão alimentando na população que participam de seus ritos, a visão de que a culpa para a mazela de suas vidas são os Diabos, os Exus, que vêm babando, com as mãos tortas, grunindo, gritando ( "vou levar, vou levar ... !!!"), todos tortos e formatados dentro de um psique moldado e caricato.
Essas religiões e/ou seitas, estão alimentando o medo, a ignorância, o preconceito, a discriminação e a ilusão de que a culpa pela dor alheia é coisa da Umbanda e de seus guias, principalmente os Exus. Então fiquem sabendo que isso é mentira, é ilusão é ignorância.
Exu combate o mal, ele devolve o que mandam de ruim, é justo, tem eqüidade em suas decisões e em seus trabalhos. Ele não é, e nunca foi o diabo.
Mas então quem é Exu?
Ele é o guardião dos caminhos, soldado dos Pretos-velhos e Caboclos, emissário entre os homens e os Orixás, lutador contra o mau, sempre de frente, sem medo, sem mandar recado.
Exu não faz mau a ninguém, mas joga para cima de quem merece, quem realmente é mau, o mau que essa pessoa fez a outra. Ele devolve, as vezes com até mais força, os trabalhos que alguns fizeram contra outros. Por isso, algumas pessoas consideram esse Orixá malvado.
Existem entidades que se dizem Exu e que fazem somente o mau em troca de presentes aos seus médiuns ou por grandes e custosas obrigações, serviços. Não se engane, Exu que é Exu, não faz mau, a não ser com quem merece e além disso, quando ajuda a uma pessoa não pede nada em troca, a não ser que a pessoa tome juízo, se comporte bem na vida, acredite em Deus e tenha fé.
Existem dois portadores do nome Exu. Um é o Orixá Exu. O outro, são os Guias chamados de Exu (espíritos) que vem na emanação principal de Exu (O Orixá) que lhes deu suas características, seus gostos, seus hábitos. Porém, esses Exus, também são subordinados a um Orixá regente, que pode ser Omulu, Xangô, Oxossí, ...
Correntes antigas, Esotéricas, montaram uma hierarquia para os Exus (Guias), relacionando 7 (sete) Exus (Guias) principais, considerados como os 7 (sete) chefes de Legião, que comandam e coordenam outros Exus (Falanges), sendo que cada um de seus comandados também comandam mais 7 (sete), seguindo uma ordem hierárquica de cima para baixo de 7 (sete) em 7 (sete).
São eles os 7 (sete) Exus guardiões ou principais:
Sr. Sete Encruzilhadas;
Sr. Marabô;
Sr. Tranca Ruas;
Sr. Tiriri;
Sr. Gira Mundo;
Sr. Veludo;
Sra. Pomba Gira ou Bombo Gira.
Cada um desses amigos trabalha dentro das 7 (sete) linhas da UMBANDA, lutando contra o mal e ajudando as pessoas.
Exu gosta de rir, brincar com as pessoas, dizer alguns palavrões, nem todos fazem isso, são francos e diretos, não fazem rodeios nem mente. Gostam de beber e fumar, ao contrário do que muitos pensam a bebida e o fumo são peças de aproximação, fazendo com que as pessoas se identifiquem, fiquem mais descontraídas como se estivessem em uma festa. Caso não tenha bebida, ou cigarro, ele trabalha do mesmo jeito, porque sua finalidade é ajudar aqueles que precisam.
Alguns Exus foram pessoas como: Políticos, Médicos, Advogados, Trabalhadores, Vadios, Prostitutas, Pessoas comuns, Padres, etc. Que cometeram alguma falha e escolheram, ou foram escolhidos, a vir nessa forma para redimir seus erros passados, outros, são espíritos evoluídos que escolheram ajudar e continuar sua evolução atendendo e orientando as pessoas e combatendo o mal. Assim, quem diz que os Exus são Demônios, na concepção de que são ruins, ou espíritos sem luz, baixos, não sabe o que está dizendo, ou não conhecem a história de cada Exu, os porquês de sua ritualística, seu modo de trabalho ou sua missão. Não se julga um livro por sua capa ou a pessoa pela sua aparência!
Em seus trabalhos Exu corta demandas, desfaz trabalhos e feitiços e magia negra, feitos por espíritos malignos. Ajudam nos descarregos retirando os encostos e espíritos obsessores e os encaminhando para luz ou para que possam cumprir suas penas em outros lugares do astral inferior.
Seu dia é a Segunda-feira, sua bebida, cada um tem a sua, sua roupa, quando lhe é permitido tem cores preta e vermelha. Não aceita sacrifícios de animais, mas se a pessoa quiser acender uma vela (preta e/ou vermelha) na encruza, colocar charutos ou cigarros, cachaça ou outra bebida de agrado é bem vindo. Pode-se colocar, também, rosas para as Pomba Giras com champanhe, pois elas gostam.
Assim é Exu. As vezes temido, as vezes amado, mas sempre alegre, honesto e combatente da maldade no mundo.

domingo, 11 de março de 2012

SINCRETISMO NA UMBANDA

Devido à uma série de acontecimentos históricos, à opressão sofrida pelos negros na época da escravidão e à imposição da religião católica dos fazendeiros sobre seus escravos, hoje o sincretismo dos nossos Orixás com os Santos do Catolicismo é muito presente na Umbanda. Muitas vezes este sincretismo e a presença de imagens católicas em nossos terreiros torna-se muito importante para aquele consulente que não conhece muito sobre a Umbanda e vai para um terreiro cheio de medo e desconfiança, mas quando chega lá se sente confortável pois encontra algo que reconhece como sagrado. Sendo assim, seja pela importância para os trabalhos ou pelo fato histórico em si, cabe a nós conhecer e entender o sincretismo na Umbanda:

Iemanjá = Nossa Senhora da Conceição (na BA e no RS, Nossa Senhora dos Navegantes),é festejada no dia 08 de dezembro.
Iansã = Santa Bárbara, festejada no dia 04 de dezembro.
Nanã = Sant'Ana, festejada no dia 26 de julho.
Oxum = Nossa Senhora Aparecida, festejada dia 12 de outubro (em alguns terreiros dia 08 de dezembro).
Ogum = São Jorge, festejado dia 23 de abril.
Xangô = São Jerônimo, festejado dia 30 de setembro.
Omulú = São Lázaro, festejado dia 02 de novembro.
Caboclos (Oxossi) = São Sebastião, festejado dia 20 de janeiro.
Oxalá = Jesus Cristo, festejado dia 25 de dezembro.
Cosme e Damião = festejados dia 27 de setembro.
Pretos Velhos = festejados dia 13 de maio.
Pombas Giras = festejadas dia 11 de junho.
Exus = festejados dia 24 de agosto e 02 de novembro.
Boiadeiros = festejados dia 28 de outubro.
Baianos = festejados na segunda quinta depois do Dia de Reis.
Pode haver algumas diferenças entre terreiros, esse é do segmento de nosso terreiro.

ORAÇÃO A IANSÃ

Saravá Iansã a grande guerreira,
Orixá do raio e do vento, que ajuda com sua energia vencer as lutas e as dificuldades.
Saravá Senhora Rainha dos ventos, proteja a todos nós.
Coloco em tuas mãos, minhas ações na luz de tua luz, eu te consagro todos os minutos e horas desse dia, meus trabalhos, minhas preocupações, meus desejos, os meus lazeres são teus.
Daí – me hoje a tua luz poderosa, para que eu compreenda todo bem que preciso fazer e tenha força para não ceder o mal que tenta bater em minha porta.
Que eu consiga ser mais fraterno, mais irmão, mais compreensivo e capaz de perdoar.
Dirija meus passos no caminho do bem e do amor, e hoje mais que ontem todos nós possamos contar com sua orientação, com a tua benção, com o teu amor.
Com tua espada haveremos de cortar as demandas dos invejosos, dos falsos, dos inimigos, dos olhos grandes, que necessitam enxergar a verdade.
Dando conformação àqueles que sofrem, com a força dos teus raios, nós te pedimos, que acenda a chama da vida dos que estão desenganados, de a eles força para continuar lutando na cura de seus males.
Saravá Iansã.
Eparrei Iansã!!!

EPARREI!! IANSÃ

Iansã, ou Oyá, é um Orixá cuja figura, no Brasil, é sincretizada com Santa Bárbara.
Oyá, a deusa do Ri Niger, é representada com um alfange e uma cauda de animal nas mãos, e com um chifre de búfalo na cintura.
Na mitologia iorubá, Xangô casou-se com três de suas irmãs, deusas de rios: Oyá, Oxum, deusa do rio Osun, e Obá, deusa do rio Obá.
Nas lendas provenientes do candomblé, Iansã foi mulher de Ogum e depois de Xangô, seu verdadeiro amor. Xangô roubou-a de Ogum.
O nome Iansã é um título que Oyá recebeu de Xangô. Esse título faz referência ao entardecer, Iansã pode ser traduzido como a mãe do céu rosado ou a mãe do entardecer. Ao contrário do que muitos pensam Iansã não quer dizer a mãe dos nove. Xangô a chamava de Iansã pois dizia que Oyá era radiante como o entardecer ou como o céu rosado e é por isso que o rosa é sua cor por excelência.
Na liturgia da Umbanda, Iansã é senhora dos eguns, os espíritos dos mortos, menos cultuados no Candomblé.
Na umbanda a guia de Iansã é de cor rosa e no candomblé é vermelha. No candomblé também é chamada de Oyá. Seu dia da semana é quarta-feira e sua saudação é Eparrei.
Deusa da espada de fogo, dona das paixões, Iansã é a Rainha dos raios, dos ciclones, furacões, tufões, vendavais. Orixá do fogo, guerreira e poderosa. Mãe dos eguns, guia dos espíritos desencarnados, Senhora dos cemitérios.
Não é muito difícil depararmo-nos com a força da Natureza denominada Iansã (ou Oyá). Convivemos com ela, diariamente.
Iansã é o vento, a brisa que alivia o calor. Iansã é também o calor, a quentura, o abafamento. É o tremular dos panos, das árvores, dos cabelos. É a lava vulcânica destruidora. Ela é o fogo, o incêndio, a devastação pelas chamas.
Oyá é o raio, a beleza deste fenômeno natural. É o seu poder. É a eletricidade. Iansã está presente no ato simples de acendermos uma lâmpada ou uma vela. Ela é o choque elétrico, a energia que gera o funcionamento de rádios, televisões, máquinas e outros aparelhos. Iansã é a energia viva, pulsante, vibrante.
Sentimos Iansã nos ventos fortes, nos deslocamentos dos objetos sem vida. Orixá da provocação e do ciúme.
Iansã também é a paixão. Paixão violenta, que corrói, que cria sentimentos de loucura, que cria desejo de possuir, o desejo sexual. É a volúpia, o clímax, o orgasmo do homem e da mulher. Ela é o desejo incontido, o sentimento mais forte que a razão. A frase “estou apaixonado” tem a presença e a regência de Iansã, que é o Orixá que faz nossos corações baterem com mais força e cria em nossas mentes os sentimentos mais profundos, abusados, ousados e desesperados. É o ciúmes doentio, a inveja suave, o fascínio enlouquecido. É a paixão, propriamente dita.
Iansã é a disputa pelo ser amado. É a falta de medo das consequências de um ato impensado, no campo amoroso. É até mesmo a vontade de trair, de amar livremente. Iansã rege o amor forte, violento.
Oyá é também a senhora dos espíritos dos mortos, dos eguns, como se diz no Candomblé. É ela que servirá de guia, ao lado de Obaluaê, para aquele espírito que se desprendeu do corpo. É ela que indicará o caminho a ser percorrido por aquela alma.
Iansã é a deusa dos cemitérios. Ela é a regente, juntamente com Omulu (ou Obaluaê), dos Campos Santos, pois comanda a falange dos eguns. Comanda também a falange dos Boiadeiros, encantados que são cultuados nas casas de Nação de Angola. Ela é sua rainha.
Como deusa dos mortos, Iansã carrega consigo o eruxin, feito com rabo de cavalo, para impor respeito aos eguns, bem como a espada flamejante, que faz dela a guerreira do fogo.
É, sem dúvida, o Orixá mais popular e a mais querida na Umbanda e no Candomblé.

terça-feira, 6 de março de 2012

OS PRETOS VELHOS NA UMBANDA

Pretos velhos são entidades de umbanda, espíritos que se apresentam em corpo fluídico de velhos africanos que viveram nas senzalas, majoritariamente como escravos que morreram no tronco ou de velhice, e que adoram contar as histórias do tempo do cativeiro. São divindades purificadas de antigos escravos africanos. Sábios, ternos e pacientes, dão o amor, a fé e a esperança aos "seus filhos".
O preto velho, na umbanda, está associado aos ancestrais africanos, assim como o caboclo está associado aos índios e o baiano aos imigrantes nordestinos.
São entidades que tiveram pela sua idade avançada, o poder e o segredo de viver longamente através da sua sabedoria, apesar da rudeza do cativeiro demonstram fé para suportar as amarguras da vida, consequentemente são espíritos guias de elevada sabedoria geralmente ligados à Confraria da Estrela Azulada dentro da Doutrina Umbandista do Tríplice Caminho (AUMBANDHAM - alegria e pureza + fortaleza e atividade + sabedoria e humildade), trazendo esperança e quietude aos anseios da consulência que os procuram para amenizar suas dores, ligados a vibração de Omolu, são mandingueiros poderosos, com seu olhar prescrutador sentado em seu banquinho, fumando seu cachimbo, benzendo com seu ramo de arruda, rezando com seu terço e aspergindo sua água fluidificada, demandam contra o baixo astral e suas baforadas são para limpeza e harmonização das vibrações de seus médiuns e de consulentes. Muitas vezes se utilizam de outros benzimentos, como os utilizados pelo Pai José de Angola, que se utiliza de um preparado de "guiné" (pedaços de caule em infusão com cachaça) que coloca nas mãos dos consulentes e solicita que os mesmos passem na testa e nuca, enquanto fazem os seus pedidos mentalmente; utiliza-se também de vinho moscatel, com o que constantemente brinda com seus "filhos" em nome da vitória que está por vir.
São os mestres da sabedoria e da humildade. Através de suas várias experiências, em inúmeras vidas, entenderam que somente o amor constrói e une a todos, que a matéria nos permite existir e vivenciar fatos e sensações, mas que a mesma não existe por si só, nós é que a criamos para estas experiências, e que a realidade é o espírito. Com humildade, apesar de imensa sabedoria, nos auxiliam nesta busca, com conselhos e vibrações de amor incondicional. Também são mestres dos elementos da natureza, a qual utilizam em seus benzimentos.
Os Pretos Velhos são entidades cultuadas pelas religiões afro-brasileiras, em especial a Umbanda. Nos trabalhos espirituais desta religião, os médiuns incorporam entidades que possuem níveis de evolução e arquétipos próprios. Estas se dividem em três níveis:
As Crianças – chamadas beijada, são espíritos ditos mortos quando ainda criança que representam a pureza, a inocência, daí sua característica infantil.
Os Caboclos – onde se incluem os Boiadeiros, Caboclos e Caboclas, representam a força, a coragem, portanto apresentam a forma do adulto, do herói, do guerreiro, do índio ou soldado.
Os Pretos Velhos – incluem os Tios e Tias, Pais e Mães, Avôs e Avós todos com a forma do idoso, do senhor de idade, do escravo. Sua forma idosa representa a sabedoria, o conhecimento, a fé. A sua característica de ex-escravo passa a simplicidade, a humildade, a benevolência e a crença no “poder maior”, no Divino.
A grande maioria dos terreiros de Umbanda, assim também suas entidades possuem a fé Cristã, ou seja, acreditam e cultuam Oxalá (no sincretismo com o catolicismo Jesus). Entidades aqui tomada no sentido de espíritos que auxiliam aos encarnados, o mesmo que guia de luz.
A característica desta linha seria o conselho, a orientação aos consulentes devido a elevação espiritual de tais entidades, são como psicólogos, receitam auxílios, remédios e tratamentos caseiros para os males do corpo e da alma.
Os Pretos velhos seriam as entidades mais conhecidas nacionalmente, mesmo por leigos que só ouviram falar destas religiões afro-brasileiras. O Preto velho é lembrado também pelo instrumento que normalmente utiliza, o o cachimbo.
Os nomes de alguns Pretos Velhos comuns de que se tem notícia são Pai João, Pai Joaquim de Angola, Pai José de Angola, Pai Francisco, Vovó Maria Conga, Vovó Catarina. Pai Jacó , Pai Benedito, Pai Anastácio, Pai Jorge, Pai Luís, Mãe Maria, Mãe Cambina, Mãe Sete Serras, Mãe Cristina, Mãe Mariana, Maria Conga, Vovó Rita, Vovó Joana dentre outros.
Na Umbanda os Pretos velhos são homenageados no dia 13 de maio, data que foi assinada a Lei Áurea, a abolição da escravatura no Brasil.
Os pontos servem para saudar a presença das entidades, firmar sua força durante os trabalhos espirituais e envolver a todos presentes, mas principalmente aos médius de incorporação, como uma harmonia a ajudá-los a se desligarem para que esta ocorra.

sexta-feira, 2 de março de 2012

OS CABOCLOS NA UMBANDA

A palavra caboclo, vem do tupi kareuóka, que significa da cor de cobre; acobreado. Espírito que se apresenta de forma forte, com voz vibrante e traz as forças da natureza e a sabedoria para o uso das ervas.
A marca mais característica da Umbanda, uma religião surgida no Brasil no final do século XIX e início do século XX, é a manifestação de entidades espirituais, por meio da mediunidade de incorporação. Os primeiros espíritos a “baixar” nos terreiros de Umbanda foram aqueles conhecidos como Caboclos e Pretos-velhos, a seguir surgiram outras formas de apresentação como as Crianças, conhecidas, variadamente, como Erês, Cosme e Damião, Dois-dois, Candengos, Ibejis ou Yori. Essas três formas, Crianças, Caboclos e Pretos-velhos, podem ser consideradas as principais porque resumem vários símbolos: representam, por exemplo, as raças formadoras do povo brasileiro – indígenas, negros e brancos europeus – e também representam as três fases da vida – a criança, o adulto e o velho – mostrando a dialética da existência. Além disso, trazem valores arquetipais de Pureza e Alegria na Criança; Simplicidade e Fortaleza no Caboclo e a Sabedoria e Humildade dos Pretos-velhos, mostrando o caminho para a evolução espiritual dos sentimentos, do corpo físico e da mente. Com a expansão da Umbanda, muitas entidades apareceram, como os Baianos, Boiadeiros, Marinheiros e outras, sem falar de Exu, outro grande ícone umbandista.
Essa diversidade confirma a abrangência desse movimento espiritual que chama a todos e recebe seres encarnados e desencarnados, com vibrações de fraternidade e amizade sob a luz de Oxalá.
Nesse artigo trataremos, mais especificamente, das entidades conhecidas como Caboclos, in­variavelmente presentes nos terreiros de Umbanda, praticando a caridade e cumprindo sua missão espiritual.
Existem variações no entendimento que os umbandistas têm sobre o que sejam os caboclos. As variações são próprias do movimento umbandista, notavelmente plural, mas há consenso na Umbanda, no fato de que os Caboclos são espíritos de humanos que já viveram encarnados no plano físico e são, portanto, nossos ancestrais. É interessante notar que em alguns cultos afro-brasileiros, os caboclos são considerados “encantados” e se relacionam com os espíri­tos da natureza, recebendo nomes de animais, plantas ou outros elementos naturais. Essa percepção se aproxima das lendas indígenas que narram um tempo em que os animais falavam e viviam em comunhão com os homens, podendo um se transformar no outro.
A palavra caboclo vem do tupi kariuóka, que significa da cor de cobre; acobreado. A partir daí vem a relação com os índios brasileiros, de tez avermelhada. Assim, a palavra caboclo passou a designar aquilo que é próprio de bugre, do indígena brasileiro de cor acobreada. Posteriormente surgiu a noção de caboclo como mestiço de branco com índio, o sertanejo. Dada essa relação dos caboclos com os indígenas – nos terreiros de Umbanda é dessa forma que se manifestam -, e aproximando esse fato ao Orixá Oxossi, que na África é cultuado como Odé, o caçador, o Senhor das Florestas, conhecedor dos segredos das matas e dos animais que lá vivem, diz-se que os Caboclos que baixam na Umbanda são espíritos ligados a Oxossi. Muitos entendem que somente esses são caboclos e que as entidades da vibração de Ogum, Xangô, Iemanjá e Oxalá não seriam, propriamente, caboclos. No entanto, há caboclos da praia, do mar e das ondas, das pedreiras, das cachoeiras, dos rios etc., cujos elementos se associam mais aos outros Orixás que a Oxossi.
Outra maneira de se interpretar as entidades de Caboclo, é como espíritos que se apresentam na forma de adultos, com uma postura forte, de voz vibrante, que trazem as forças da natureza, manipulando essas energias para trabalhar nas questões de saúde, vitalidade e no corte de correntes espirituais negativas. Seu linguajar pode se assemelhar ao dos indígenas, paramen­tados ou não com cocares, arcos e flechas, machadinha e espadas. Aqui estamos entendendo os Caboclos de maneira mais ampla, como símbolo de fortaleza, do vigor da fase adulta, existindo caboclos de Oxossi, Xangô, Ogum e mesmo aquelas entidades ligadas aos orixás femininos, como Iemanjá, Oxum, Iansã. É claro que essas últimas entidades não vêm como índias, mas com uma forma tipicamente relacionada aos seus atributos. Todavia, são entidades que se apresentam como adultos.
Feitas essas ressalvas, podemos dizer que todas as entidades de Umbanda, especialmente as Crianças, Caboclos e Pretos-Velhos, são espíritos ancestrais que estão ligados, cada um, a um Orixá. Assim, as crianças trazem a vibração dos Orixás Ibeji, conhecidos na Umbanda Esotérica como Yori; os Pretos-velhos vêm sob as vibrações dos Orixás Obaluaiê, Nana Burukum ou Yorimá e os Caboclos podem ser de Oxossi, Xangô, Ogum etc. Também é preciso falar que existem os chamados cruzamentos vibratórios em que uma entidade de Ogum, por exemplo, pode trazer também as forças de outro orixá, como Ogum Yara que além das forças de Ogum, movimenta também as forças dos Orixás das águas, como Iemanjá, Oxum etc.
Vejamos alguns exemplos de Caboclos de Oxossi: Caboclo Sete Flechas, Caboclo Folha Seca, Caboclo Pena Vermelha, Cacique das Matas, Caboclo Cobra-coral, Cabocla Jurema, Cabocla Jacyra, Caboclo Ventania, Caboclo Caçador e outros. Na linha de Ogum temos: Ogum de Lê, Ogum Beira-mar, Ogum Matinata, Ogum Sete Ondas, Caboclo Biritan, Ogum Megê, Ogum Sete Espadas e mais uma plêiade de espíritos que vêm sob essa vibração. Entre os caboclos de Xangô temos muitos caboclos famo­sos, como Caboclo das Sete Pedreiras, Caboclo Vira-mundo (que vem como Xangô ou Oxossi), Xangô Kaô, Caboclo Pedra Branca, Caboclo da Pedra Preta etc. Para citar alguns da linha de Oxalá, que dificilmente baixam, temos Caboclo Ubiratan, Caboclo Girassol, Caboclo Ipojucan, Caboclo Guaracy e Caboclo Tupi. Esses caboclos, normalmente, vêm fazendo cruzamento vibratório com outros orixás, especialmente com Oxossi.
Todas as entidades de Umbanda são importantes. Ainda que alguns se orgulhem de serem médiuns de caboclos renomados e tidos como chefes de falange, o que vemos é que quando estão no terreiro, os Caboclos tratam uns aos outros como iguais, mostrando que o que importa é o trabalho espiritual e, como em uma aldeia, tudo é feito em conjunto e com as ordens dos planos superiores. Assim diz um ponto cantado de caboclos: na sua aldeia ele é caboclo, é Rompe-mato e seu mano Arranca-toco, na sua aldeia lá na jurema, não se faz nada sem ordem suprema.
É também do linguajar de caboclo, que não cai uma folha da jurema (da mata), sem ordem de Oxalá, ou seja, que tudo na vida tem motivo e que nossas ações são registradas na lei de causa-e-efeito, ou lei do karma. Mas isso não significa ficar passivo, esperando o pior acontecer. Os Caboclos também ensinam a termos coragem e a sermos guerreiros na vida, lutando pelo que é justo e bom para todos. No que é possível, os caboclos nos ajudam a entrar na macaia (a mata que simboliza a vida), a cortar os cipós do caminho (vencer as dificuldades) e, se preciso, caçar os bichos do mato (vencer as interferências espirituais negativas). Essa postura é evidenciada em vários pontos, como esse:
Atira, atira, eu atirei, eu bamba vou atirar Bicho no mato é corredor, Oxossi na mata é caçado.
Cadê Vira-mundo pemba (bis)
Tá no terreiro, pemba, com seus caboclos, pemba.
Veado no mato é corredor, cadê meu mano caçador
E o Caboclo Ventania que me protege noite e dia.
Para quem vivência o terreiro, que há anos luta as batalhas espirituais e já viu os caboclos vencendo as demandas dos filhos-de-fé, afastando entidades negativas, tratando doenças que a medicina muitas vezes não resolve e dando lições de simplicidade, humildade, coragem e persistência, ouvir ou mesmo lembrar esses pontos cantados, traz uma sensação de alegria que enche o coração, renova o ânimo e nos dá a certeza de que estamos no caminho certo. Melhor do que qualquer leitura sobre caboclo é vê-lo incorporado atendendo quem precisa.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

O QUE SIGNIFICA ARUANDA?

Aruanda é o nome dado pela Umbanda a uma cidade de luz elétrica que orbitaria a ionosfera do planeta Terra, em uma dimensão espiritual de transição.
Apesar da farta literatura, a Umbanda não é considerada uma religião codificada. Por esse motivo, o termo Aruanda pode possuir diversos significados, dependendo da tenda, barracão ou centro espiritualista no qual seja mencionado. É, inclusive, utilizado por outras religiões espiritualistas tais como Quimbanda e Candomblé, em referência genérica a “plano espiritual”.
Para a Umbanda tradicional (fundada em 1908 pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas), os habitantes de Aruanda são espíritos trabalhadores do bem e da caridade, sejam recém desencarnados em aprendizagem, sejam espíritos de luz que há muito não retornam à esfera física pela reencarnação. Estes guias espirituais, apesar de sua evolução espiritual, permanecem na dimensão vibratória de Aruanda para continuar auxiliando encarnados e desencarnados, se manifestando na Terra sob a roupagem fluídica (em tipologia espiritual) de pretos velhos, caboclos e crianças. Suas verdadeiras formas, no entanto, transcendem raça, credo ou etnia, sendo possível sua manifestação em qualquer congregação que pratique o binômio amor-caridade e que admita a comunicação espiritual.
Para o Espiritismo (codificado por Allan Kardec), Aruanda seria a denominação de uma colônia espiritual, assemelhada à colônia Nosso Lar, descrita no livro Nosso Lar, de André Luiz (espírito), psicografado pelo médium Chico Xavier. Em Aruanda, porém, estariam presentes elementos magísticos da cultura africana, em sincretismo com simbolismos da cultura judaico-cristã.

O QUE É EGUM E QUIUMBA?

O termo Egum é uma palavra da língua yoruba usada no Candomblé que significa alma ou espírito de qualquer pessoa falecida iniciada ou não.
Eguns nada mais são do que os espíritos que já desencarnaram e Quiumbas quer dizer exatamente a mesma coisa.
Apenas se dá entre eles uma diferença de evolução.
Senão vejamos: Eguns, são todos os que desencarnaram, tiveram vida humana, em contraposição aos Orixás que são forças da natureza.
Caboclos, Pretos-Velhos, Crianças, e Exus (entidade de Umbanda), são Eguns.
Obs: Quando digo que Exus (entidades de Umbanda) são Eguns, é por que no Candomblé, Exu é Orixá, divindade. É o Orixá intermediário entre os demais Orixás e os homens. Quiumbas são Eguns ainda muito atrasados na escala de evolução espiritual, são considerados negativos e que por vezes, se fazem passar por outras entidades, normalmente por Exus, criando no leigo, um ponto de vista muito negativo em relação a estas entidades, os Exus, por eles mistificados.
É sabido que o termo evolução é extremamente relativo, e dentro de uma mesma qualidade de entidades, poderá variar muito o grau de evolução entre cada um deles.
O que quero dizer é que entre os Caboclos, assim como entre os Pretos-Velhos e outras entidades, sempre haverá um que esteja um pouco acima, e um outro um pouco abaixo na escala de evolução espiritual.
O certo, no entanto, é que estas entidades, Caboclos, Pretos-Velhos, Crianças, Exus e algumas outras, já chegaram a um nível de evolução tal, que os permitem diferenciar o certo do errado e procurarem humildemente ajuda e colaboração das entidades de níveis mais altos, no sentido de auxiliar aos filhos que os procuram, nos momentos em que seus conhecimentos, permissão ou capacidade de trabalho são impotentes para a ajuda.
Normalmente se ouve:
- Você está com o encosto de um Egum muito perigoso!
- Você precisa fazer uma obrigação para despachar este Egum que está complicando sua vida!
Isso realmente pode acontecer, pois como já dissemos, Egum é todo espírito desencarnado.
E pode acontecer que por ainda estar num momento de evolução espiritual ainda atrasada, esteja sendo usado para feitiços ou malefícios e até mesmo por ignorância sobre sua atual condição de desencarnado (egum).
Por vezes, em virtude de desencarnes violentos ou inesperados, o espírito não se apercebe ou não aceita sua nova condição fluídica e sente-se como um de nós, ainda encarnados, sendo assim ele mantém-se muito próximo, principalmente de seus entes queridos quando em vida, tumultuando suas vidas, em virtude da diferença de vibração de suas energias.
Este Egum, precisa certamente ser esclarecido e afastado.
Várias doutrinas se ocupam deste mister de maneiras diferentes, comprovando que é necessário que os níveis de vida, encarnada e desencarnada, mantenham suas independências.
Nota-se a diferença então entre os Eguns, Entidades e Quiumbas.
Na realidade Egum é a qualificação de todo e qualquer espírito desencarnado.
O seu nível de evolução é que o especificará!
Quando nos referimos aos espíritos vampirizadores, aos incitadores ao vício ou àqueles que se aproximam de nós sempre para o mal, os quais são comprados por quem tem a alma maculada pela maldade, para nos impor males ou feitiços, esses serão certamente os Quiumbas, mas numa generalização muito comum, sempre nos referimos a eles como Eguns.
Pela vaidade e as vezes pela ignorância, muitos não admitem que possam estar sendo mediunizados por um Egum, qual seja, um Caboclo, um Preto-Velho ou mesmo um Exu, para um trabalho de caridade.
Desmistifiquemos então o conceito de Egum e tentemos de todas as maneiras, pela caridade, pela fé, pela oração e pelo trabalho espiritual, elevarmos cada vez mais nossos Eguns de fé para que, pelo trabalho deles, possam ser cada vez mais, atraídos para os caminhos de luz, aqueles Eguns, os Quiumbas, que ainda se encontram nos lamaçais da espiritualidade.

sábado, 25 de fevereiro de 2012

ORAÇÃO A OXALÁ

Oxalá! Divina manifestação do Bem,
Senhor da perfeita Sabedoria e do Bendito Amor,
Ó ! Vós que recebei o poder do supremo Doador
para tudo e todos.
Protegei-nos das ciladas ilusórias do mundo enganador,
Despertai-nos para a realidade da vida imortal,
Sois a imaculada irradiação do Altíssimo,
Vosso nome é só mavioso e compassivo,
que nos guia; com ternura e esperança,
para a Aruanda – Cidade de Luz.
Ai de nós empedernidos, na mais grosseira materialidade,
Afogados em sentimentos inferiores,
Rogamos contritos pela salvação da nossa consciência.
Junto a Vós, trilharemos por caminhos iluminados,
Porque sois a divina pureza, acolhedora e misericordiosa.
Santo Nome, envolvei-nos em sentimentos fraternos
de real amor, a fim de chegarmos até Vós,
Oxalá ! Tende pena de nós, tende compaixão…
Quem assim seja...
Oxalá meu Pai!!!

OXALÁ

Orixá masculino, de origem Ioruba (nagô) bastante cultuado no Brasil, onde costuma ser considerado a divindade mais importante do panteão africano. Na África é cultuado com o nome de Obatalá. Quando porém os negros vieram para cá, como mão-de-obra escrava na agricultura, trouxeram consigo, além do nome do Orixá, uma outra forma de a ele se referirem, Orixalá, que significa, orixá dos orixás. Numa versão contraída, o nome acabou popularizando-se OXALÁ.
Oxalá não tem mais poderes que os outros orixás, nem é hierarquicamente superior, mas merece o respeito de todos por representar o patriarca, o chefe da família. Cada membro da família tem suas funções e o direito de se inter-relacionar de igual para igual com todos os outros membros, o que as lendas dos Orixás confirmam através da independência que cada um mantém em relação aos outros. Oxalá, porém, é o que traz consigo a memória de outros tempos, as soluções já encontradas no passado para casos semelhantes, merecendo, portanto, o respeito de todos numa sociedade que cultuava ativamente seus ancestrais. Ele representa o conhecimento empírico, neste caso colocado acima do conhecimento especializado que cada Orixá pode apresentar: Ossâim, a liturgia; Oxóssi, a caça; Ogum, a metalurgia; Oxum, a maternidade; Iemanjá, a educação; Omolu, a medicina - e assim por diante.
Oxalá é o princípio gerador em potencial, o responsável pela existência de todos os seres do céu e da terra. É o que permite a concepção no sentido masculino do termo. Sua cor é o branco, porque ela é a soma de todas as cores.
Por causa de Oxalá a cor branca esta associada ao candomblé e aos cultos afro-brasileiros em geral, e não importa qual o santo cultuado num terreiro, nem o Orixá de cabeça de cada filho de santo, é comum que se vistam de branco, prestando homenagem ao Pai de todos os Orixás e dos seres humanos.
Segundo as lendas, Oxalá é o pai de todos os Orixás, excetuando-se Logunedé, que é filho de Oxóssi e Oxum, e Iemanjá que tem uma filiação controvertida, sendo mais citados Odudua e Olokum como seus pais, mas efetivamente Oxalá nunca foi apontado como seu pai.
O seu campo de atuação preferencial é a religiosidade dos seres, aos quais ele envia o tempo todo suas vibrações estimuladoras da fé individual e suas irradiações geradoras de sentimentos de religiosidade.
Fé! Eis o que melhor define o Orixá Oxalá.
Sim, amamos irmãos na fé em Oxalá. O nosso amado Pai da Umbanda é o Orixá irradiador da fé em nível planetário e multidimensional.
Oxalá é sinônimo de fé. Ele é o Trono da Fé que, assentado na Coroa Divina, irradia a fé em todos os sentidos e a todos os seres.
Orixá associado à criação do mundo e da espécie humana. No Candomblé, Apresenta-se de duas maneiras: moço – chamado Oxaguiam, e velho – chamado Oxalufam. O símbolo do primeiro é uma idá (espada), o do segundo é uma espécie de cajado em metal, chamado ôpá xôrô. A cor de Oxaguiam é o branco levemente mesclado com azul, do de Oxalufam é somente branco. O dia consagrado para ambos é a sexta-feira. Oxalá é considerado e cultuado como o maior e mais respeitado de todos os Orixás do Panteão Africano. É calmo, sereno, pacificador, é o criador, portanto respeitado por todos os Orixás e todas as nações.
A vibração de Oxalá habita em cada um de nós, e em toda parte de nosso corpo, porém velada pela nossa imperfeição, pelo nosso grau de evolução. É o Cristo interior, e, ao mesmo tempo, cósmico e universal; O que jamais deixou sem resposta ou sem consolo um só coração humano, cujo apelo chegasse até ele. O que procura, no seio da humanidade, homens capazes de ouvir a voz da sabedoria e que possam responder-lhe, quando pedir mensageiros para transmitir ao seu rebanho: "Estou aqui; enviai-Me".
A imagem de Jesus Cristo é figura obrigatoriamente em lugar de honra em todos os Centros, Terreiros ou Tendas de Umbanda, em local elevado, geralmente destacada com iluminação intencionalmente preparada, de modo a conformar uma espécie de aura de luz difusa à sua volta. Homenageia-se Oxalá na representação daquele que foi o "filho dileto de Deus entre os homens"; entretanto, permanece, no íntimo desse sincretismo, a herança da tradição africana: "Jesus foi um enviado; foi carne, nasceu, viveu e morreu entre os homens"; Oxalá coexistiu com a formação do mundo; Oxalá já era antes de que Jesus o fosse.
Oxalá, assim como Jesus, proporciona aos filhos a melhor forma de praticar a caridade, isto é, dando com a direita para, com a esquerda, receberem na eternidade e assim poderem trilhar o caminho da luz que os conduzirá ao seu Divino Mestre.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

ORAÇÃO A XANGÔ

Poderoso Orixá de Umbanda,
Pai, companheiro e guia.
Senhor do equilíbrio e da justiça.
Auxiliar da Lei do Carma,
Só tu, tens o direito de acompanhar pela eternidade,
Todas as causas, todas as defesas, acusações e eleições,
Promanadas das ações desordenadas, ou dos atos impuros e benfazejos que praticamos.
Senhor de todos os maciços e cordilheiras,
Símbolo e sede da tua atuação planetária no físico e astral.
Soberano Senhor do Equilíbrio, da equidade,
Velai pela inteireza do nosso caráter.
Ajude-nos com sua prudência.
Defenda-nos das nossas perversões,
Ingratidões, antipatias, falsidades,
Incontenção da palavra e julgamento indevido dos atos
Dos nossos irmãos em humanidade.
Só Tu és o grande Julgador.
Kaô Cabecilê Xangô.

XANGÔ, O REI DA JUSTIÇA

Xangô era rei de Oió, o mais temido e respeitado de todos os reis. Mesmo assim, um dia seu reino foi atacado por uma grande quantidade de guerreiros que invadiram a cidade violentamente, destruindo tudo e matando soldados e moradores numa tremenda fúria assassina. Xangô reagiu e lutou bravamente durante semanas. Um dia, porém, percebeu que a guerra tornara-se um caminho sem volta. Já havia perdido muitos soldados e a única saída seria entregar sua coroa aos inimigos. Resolveu então procurar por Orunmilá e pedir-lhe um conselho para evitar a derrota quase certa. O adivinho mandou que ele subisse uma pedreira e lá aguardasse, pois receberia do céu a iluminação do que deveria ser feito. Xangô subiu e quando estava no ponto mais alto do terreno foi tomado de extrema fúria. Pegando seu oxê, machado de duas lâminas, começou a quebrar as pedras com grande violência. Estas ao serem quebradas, lançavam raios tão fortes que em instantes transformaram-se em enormes línguas de fogo que, espalhando-se pela cidade, mataram uma grande quantidade de guerreiros inimigos. Os que restaram, apavorados, procuraram os soldados de Xangô e renderam-se imediatamente pedindo clemência. Levados até ao rei, os presos elegeram um emissário para servir-lhes de porta voz. O homem escolhido foi logo se atirando aos pés de Xangô. Desculpou-se pedindo perdão. Humilhando-se, explicou que lutavam, não por vontade própria, e sim forçados por um monarca, vizinho de Oió, que tinha um grande ódio de Xangô e os martirizava impiedosamente. Xangô, altamente perspicaz, enxergou nos olhos do guerreiro que ele falava a verdade e perdoou a todos, aceitando-os como súditos de seu reino. Assim tornou-se conhecido como o orixá justiceiro que perdoa quando defrontado com a verdade, mas que queima com seus raios os mentirosos e delinqüentes.